terça-feira, 2 de abril de 2013

Review de "Cosmópolis" pelo site Latino Gestion.Pe: "Um Manifesto Anti-capitalista levado as Telonas"

Do mesmo diretor do filme "Uma História de Violência", vem uma produção que poderia apagar a imagem de Robert Pattinson de 'vampiro adolescente ". A natureza humana e a economia são misturados em um filme que vai chegar em Lima neste verão.

Vamos por partes. Cosmopolis, dirigido pelo canadense David Cronenberg (A Mosca, Marcas da Violência, Senhores do Crime, e mais recentemente, A Dangerous Method), é baseado no romance de mesmo nome pelo autor americano Don DeLillo (2003). Parece haver consenso de que um dos principais problemas (ou méritos, dependendo de quem diz) do filme é que se baseia em 100% como afirma seu diretor - em um texto cuja complexidade e significado, não "viável" para a tela grande.

Além disso, a atração de Cronenberg para o personagem principal é o jovem "vampiro" Robert Pattinson, que se torna, sem nenhuma dúvida (nem muito competição), no melhor desempenho de sua carreira. Finalmente, em caso de A Dangerous Method, Cronenberg anunciou que entrou em um período de introspecção e meditação sobre a natureza humana, este filme representa, esperamos, o destaque desta fase de sua carreira cinematográfica.


Com tudo isso como um modo de "aviso" nos resta dizer que Cosmopolis é uma história ambiciosa, muito pretensiosa e até mesmo tediosa. É uma crítica ao capitalismo moderno e da riqueza desumanizante de Wall Street que fica clara desde o início do filme, mas que se prolonga durante os 108 minutos de rodagem, na forma de monólogos e reflexões filosóficas.

Eric Packer (Pattinson) é um financista bilionário que, aos 28 anos, tem tudo e não tem nada ao mesmo tempo. Um dia, decide quase por capricho cortar o cabelo no salão de sua infância, do outro lado de Manhattan, e o filme o acompanha em uma odisséia surreal através da ilha.

Assim, a maior parte do filme se passa dentro de sua limusine, gigante e de alta tecnologia, onde Packer recebe variados personagens : sua amante, a "cabeça teórica" ​​de sua empresa, alguns geeks informáticos e financeiros, inclusive visitas diárias de seu médico.


A vida de Packer, no entanto, é vazia: gastar não lhe dá prazer, assim como perder centenas de milhões de dólares em uma aposta arriscada contra o yuan não irá causar para muita preocupação. Ele é casado com a herdeira de uma família também milionária, que está relutante em estabelecer qualquer vínculo emocional com ele para não sentir dor. O diretor nos apresenta uma cidade caótica e quase apocalíptica e nos faz sentir a estrada sinuosa que Packer percorre, ainda mais do que gostaríamos, para sua própria destruição.


Cosmopolis não é um filme fácil. Requer, se o espectador não se levanta e sai da sala, um segundo olhar. Cronenberg parece ter acertado em colocar Pattinson no papel principal do filme que será lembrado como a passagem de um ídolo teen ao cinema sério. Alguns atores coadjuvantes nos proporcionam momentos deliciosos, como Juliette Binoche e Mathieu Amalric, mas é com a aparição de Paul Giammati que chega o momento mais interessante.

Provavelmente, a imagem de Pattinson, a idéia de um filme que se passa no epicentro do capitalismo e a memória de Viggo Mortensen lutamdo contra os assassinos da máfia russa em uma sauna em Eastern Promises, um dos filmes de maior bilheteria de Cronenberg, geraram um marketing equivocado com este filme. Seja cauteloso: o mesmo diretor o define como um "filme de arte hardcore". Fique você advertido.


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